Divido-me em pedaços
esfarelados
em fragmentos perdidos
recolho
o viver estilhaçado
sobram-me
alguns velhos resquícios
Queira
Deus e um dia ainda espero
pintar
o céu de vermelho ou amarelo
criar
vida em tacho de marmelo
ruir
muros, mover castelos
Reflito
por um breve momento
Logo
tudo pode ter sido em vão
olhos
fechados, joelhos dobrados
Uma
prece, uma oração
Sangram-me
os olhos, ouço a razão
Grito,
insulto e mordo. Haverá uma opção
Um
pouco de vida um pouco de morte
segue o
caminho, ruma para o norte
Desde
que cheguei aqui
enfrento
este dilema profundo:
A cada
instante mais longe da vida
e na
mesma medida perto de virar defunto
É fato,
é fio, é pavio
(Aceso
ou no escuro)
É
mudança, infância, fiança
(Sua
cabeça aberta e cheia de esperança)
É o
caminho, colírio, canastra
(Joga
tudo que tiver em aposta máxima)
É o
feijão, o arroz, a saliva
(Pois
somente se pisa nesse chão uma vez na vida)
Até
logo, vou-me embora
sigo
aquela estrada estreita
Que o
caos lhe acompanhe
e que
mantenha a mente sempre acesa
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