quarta-feira, 22 de maio de 2013

Ao Viajante


Divido-me em pedaços
esfarelados em fragmentos perdidos
recolho o viver estilhaçado
sobram-me alguns velhos resquícios

Queira Deus e um dia ainda espero
pintar o céu de vermelho ou amarelo
criar vida em tacho de marmelo
ruir muros, mover castelos

Reflito por um breve momento

Logo tudo pode ter sido em vão
olhos fechados, joelhos dobrados
Uma prece, uma oração
Sangram-me os olhos, ouço a razão

Grito, insulto e mordo. Haverá uma opção

Um pouco de vida um pouco de morte
segue o caminho, ruma para o norte

Desde que cheguei aqui
enfrento este dilema profundo:
A cada instante mais longe da vida
e na mesma medida perto de virar defunto



É fato, é fio, é pavio
(Aceso ou no escuro)

É mudança, infância, fiança
(Sua cabeça aberta e cheia de esperança)

É o caminho, colírio, canastra
(Joga tudo que tiver em aposta máxima)

É o feijão, o arroz, a saliva
(Pois somente se pisa nesse chão uma vez na vida)

Até logo, vou-me embora
sigo aquela estrada estreita
Que o caos lhe acompanhe
e que mantenha a mente sempre acesa

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