A cada vez em que me olha
com estes olhos rápidos, castanhos
fugidios, dispersos, taciturnos
que não dizem sim nem não
Olhos que me trazem esperança, medo,
olham-me envoltos em reticências
Eu estremeço
A cada vez que nos esbarramos,
mesmo que sem querer, sem razão,
cegos de tanto céu, tanto mar,
tanta escuridão
Distraídos em pensamentos de decepção
Ah, mulher, é aí que eu percebo
Que mesmo sem nunca termos nos tocado
nesta imensa amalgama de sentidos e razões
Que eu nunca tenha lhe visto entre as esquinas, becos, vielas
Mesmo que eu não saiba seu nome
Ah, como eu te amo, mulher...
(Poema do livro Cores Primárias, de 2013)
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