Ela só quer que o whisky esquente
E que todas as lágrimas cessem
Diluídas em sal e saliva
Num alvorecer prematuro e inconcebível
Dane-se o vinho
As coisas bonitas
Os animais
Enquanto a madrugada avança
Lenta
Todos se enganam e desenganam
Cheios de soberba e confusão
Enquanto o sol não vem
E a luz não se abre
Zelo por seu sono em prece
Não vejo forma mais pura e sublime de afeto
*Anderson Estevan é jornalista, roteirista e escritor, autor do livro de poemas "Cores primárias".